quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Um texto colhido de William Shakespeare, para reflexão. Não há idade para aprender e, como digo sempre, aprendo com a vida todosos dias.

Praia das Palmeiras-foto Maura Soares, do deck

Aprendi...

“ Aprendi que eu não posso exigir o amor de ninguém.
Posso apenas dar boas razões para que gostem de mim e ter paciência, para que a vida faça o resto.
Aprendi que não importa o quanto certas coisas sejam importantes para mim, tem gente que não dá a mínima e eu jamais conseguirei convencê-las.
Aprendi que posso passar anos construindo uma verdade e destruí-la em apenas alguns segundos.
Que posso usar o meu charme por apenas 15 minutos, depois disso, preciso saber do que estou falando.
Eu aprendi...Que posso fazer algo em um minuto e ter que responder por isso o resto da vida.
Que por mais que se corte uma pão em fatias, esse pão continua tendo duas faces, e o mesmo vale para tudo o que cortamos em nosso caminho.
Aprendi... Que vai demorar muito para me transformar na pessoa que quero ser, e devo ter paciência.
Mas, aprendi também que posso ir além dos limites que eu próprio coloquei.
Aprendi que preciso escolher entre controlar meus pensamentos ou ser controlado por eles.
Que os heróis são pessoas que fazem o que acha
m que devem fazer naquele momento, independentemente do medo que sente.
Aprendi que perdoar exige muita prática.
Que há muita gente que gosta de mim, mas não consegue expressar isso.
Aprendi... Que nos momentos mais difíceis, a ajuda veio justamente daquela pessoa que eu achava que iria tentar piorar as coisas.
Aprendi que posso ficar furioso, tenho o direito de me irritar, mas não tenho o direito de ser cruel.
Que jamais posso dizer a uma criança que seus sonhos são impossíveis, pois seria uma tragédia para o mundo se eu conseguisse convencê-la disso.
Eu aprendi que meu melhor amigo vai me machucar de vez em quando, e que eu tenho que me acostumar com isso.
Que não é o bastante ser perdoado pelos outros, eu preciso me perdoar primeiro.
Aprendi que, não importa o quanto meu coração esteja sofrendo, o mundo não vai parar por causa disso.
Eu aprendi... Que as circunstâncias de minha infância são responsáveis pelo que eu sou, mas não pelas escolhas que eu faço quando adulto;

Aprendi que numa briga preciso escolher de que lado eu estou, mesmo quando não quero me envolver.
Que, quando duas pessoas discutem, não significa que elas se odeiem; e quando duas pessoas não discutem não significa que elas se amem.
Aprendi que por mais que eu queira proteger os meus filhos, eles vão se machucar e eu também.  Isso faz parte da vida.
Aprendi que a minha existência pode mudar para sempre, em poucas horas, por causa de gente que eu nunca vi antes.
Aprendi também que diplomas na parede não me fazem mais respeitável ou mais sábio.
Aprendi que as palavras de amor perdem o sentido, quando usadas sem critério.
E que amigos não são apenas para guardar no fundo do peito, mas para mostrar que são amigos.
Aprendi que certas pessoas vão embora da nossa vida de qualquer maneira, mesmo que desejemos retê-las para sempre.
Aprendi, afinal, que é difícil traçar uma linha entre ser gentil, não ferir as pessoas, e saber lutar pelas coisas em que acredito.”



quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Uma reflexão sobre o Tempo de cada um, nas palavras do amigo Emanuel Medeiros Vieira.

TEMPO



(E os 15 minutos de fama)



EMANUEL MEDEIROS VIEIRA



“Um homem sensato acreditará que é mais importante o que o destino lhe concedeu do que o ele lhe negou.”

                         (Baltasar Gracian)

Vivemos num tempo de enorme velocidade e de escassa concentração.

Tudo parece descartável, como as engenhocas eletrônicas que tantos amam.

Pois se você não tem uma vida interior profunda, vai buscar no “exterior” o que não consegue dentro de si.

Tem medo de sua própria interioridade.

Buscará o que não tem de si, “saindo de si mesmo”, em festas e baladas contínuas, em drogas de todas as espécies.

Não digo nada de novo? Eu sei. Parece platitude sentimental? Paciência.

É o chamado mecanismo de alienação (no conceito usado por Marx).

“Transfiro” para a vida dos outros (celebridades, cantores famosos) a minha própria vida. Renuncio a ela.

Cristo se recolheu no deserto para pensar.

Buda também.

E apesar de todo o maquinário, poucas vezes as pessoas pareceram tão solitárias e tão pouco solidárias.

É preciso começar lá de baixo.

É necessário educar nossos filhos desde cedo.

Não há milagre.  É trabalho lento, paciente, difícil. Que não cessa.

Mas as pessoas preferem os tais 15 minutos de fama.

E depois? O que resta?

As meninas querem ser  modelos, garotas do “Fantástico”, e os garotos jogadores de futebol.

É importante que nos fixemos em outro tipo de “tempo” (que fica internalizado através da memória).

Um tempo que deixe para os jovens o que Italo Calvino deixou escrito sobre essa “rapidez” deste milênio:

O tempo que importa é esse: “O tempo que flui sem outro intento que o de deixar as ideias e sentimentos se sedimentarem, amadurecerem, libertarem-se de toda a impaciência e de toda contingência efêmera.”

(Salvador, outubro de 2011)


sexta-feira, 21 de outubro de 2011

E agora,lá das terras lusitanas dos nossos antepassados, eis que surge mais uma poetisa:Leolinda Trindade, com seu soneto a emoldurar este espaço que enriquece a cada dia em que amigos se unem em prol da poesia. Apreciem e acarinhem a, agora nossa amiga, Leolinda.


Rancho Queimado- município da Grande Florianópolis.
Foto:Maura Soares


Paisagem alentejana

No Alentejo, à hora do meio dia,
O campo cheira a sol e a resina
As estevas e a palha que combina
Com o calor que geme em agonia.

Tudo parece raro e fantasia
No meio duma paisagem tão divina...
Os sobreiros a chorar a sua sina,
E as cores da natureza em harmonia!

Horizontes tocando o infinito,
Quase a perder de vista, como um grito,
Embalando os meus olhos deslumbrados...

Só eu entendo os montes e os pardais...
E o murmúrio que vem dos olivais
Traz até mim... poemas encantados

Leolinda Trindade

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

20 DE OUTUBRO 2011 - DIA DO POETA-- DIA DE HOMENAGEAR OS POETAS





DIA DO POETA

20 DE OUTUBRO DE 2011



Nada mais justo da minha parte homenagear o Patrono deste Blog – PABLO NERUDA.

Senti a emoção fluir em mim quando, em outubro de 2008, visitei, em Santiago do Chile, La Chascona, a sua casa (ou as suas casas num emaranhado de salas, armários que saem em outras salas...e os bares!)

Senti, ao visitar o ninho de amor de  Pablo e Matilde, um misto de amor e saudade. Amor,  por imaginar os dois naquela cama e saudade, pois teria que voltar para minha terra e não poder mais visitá-lo nem que fosse para observar seus retratos pelas paredes, os objetos sobre as mesas de jantar, as camas, as salas de leitura...

Meu coração, minha mente, volta e meia lá estão naquelas escadarias, naqueles aposentos, olhando tudo com vagar para retê-los na mente e no coração.

Então, com misto de amor e saudade, transcrevo, numa forma de homenageá-lo e homenagear a todos os poetas amantes do mundo inteiro, ao nosso confrade do GPL, Licinho Campos, que cantou o amor e a sensualidade, os versos de Neruda, o Padrinho.



EL ALFARERO  

TODO tu cuerpo tiene

copa o dulzura destinada a mí.



Cuando subo la mano

encuentro en cada sitio una paloma

que me buscaba, como

si te hubieran, amor, hecho de arcilla

para mis propias manos de alfarero.



Tus rodillas, tus senos,

tu cintura

faltan en mí como en el hueco

de una tierra sedienta

de la que desprendieron

una forma,

y juntos

somos completos como un solo río,

como una sola arena.



AUSENCIA

APENAS te he dejado,

vas en mí, cristalina

o temblorosa,

o inquieta, herida por mí mismo

o colmada de amor, como cuando tus ojos

se cierran sobre el don de la vida

que sin cesar te entrego.



Amor mío,

nos hemos encontrado

sedientos y nos hemos

bebida toda el agua y la sangre,

nos encontramos

con hambre

y nos mordimos

como el fuego muerde,

dejándonos heridas.



Pero espérame,

guárdame tu dulzura.

Yo te daré también

una rosa.



[ambos estão na obra “Adiós, pero contigo” (Los versos del capitán)

(exemplar adquirido na loja da La Chascona, Santiago do Chile, em 20 de outubro de 2008)


segunda-feira, 10 de outubro de 2011

            CENAS DE UM CASAMENTO



            Por mais que digam que casamento é uma instituição falida, muitos ainda acontecem, como o da Elisa, sobrinha de muitos tios e tias que passaram horas agradáveis na cerimônia ocorrida na região de Itajaí, em 8 de outubro.

            Algumas cenas separei para mostrar parte da festa. Como não coloquei no Facebook, comum a muitas pessoas e cujas fotos só interessam à família, resolvi estampar neste blog que é o  meu(ou minha) “face” particular.

            A música alegre com todos esbanjando satisfação em compartilhar com a felicidade da sobrinha e o carinho com que todos sempre somos recebidos nas reuniões familiares.

            Uma festa dos Soares, com certeza que rima com cerveja, mas com um gostoso champagne e vinho, também. Eu que o diga, muito bem servida pelo Igor, ao qual agradeço a atenção. E a comida, ulalá, nem conto!!

            Apreciem, pois, algumas das muitas fotos que bati com a minha máquina digital.










































sábado, 8 de outubro de 2011

Tenho dito à exaustão que quando morre um poeta,parte de nós vai junto com ele. Ao Licinho, minha homenagem.

Foto batida pelo celular
(ele ao meu lado na mesa diretora, em reunião do GPL)
do dia
22 de setembro de 2011

LICINHO CAMPOS
            Acordo-me, nesta manhã de 8 de outubro de 2011 , após uma noite mal dormida, com o sentimento de vazio. Vazio com a perda de mais um poeta. O poeta amigo do coração, com seu sorriso meigo, com seu jeito cumpridor dos deveres, com seus poemas sensuais, românticos, com sua declamação que encantava a todos.
            Ontem ele partiu. Deixou a amada família, deixou os amigos queridos do bairro onde morava e também onde havia trabalhado.
            Coube a mim a transmissão aos amigos do bairro Abraão, a notícia do seu passamento. As amigas gostavam muito dele e eu quando conversava com uma delas que me perguntavam por ele, dizia quando ele chegava para as reuniões: “Licinho, vai lá alegrar a mulherada que está com saudades tuas”. Ele sorria, com seu sorriso manso e dizia: “Pode deixar, primeira dama, lá estarei”. Quando podia, vinha ao bairro conversar com os amigos e alegrar com seu jeito suave as amigas Arlete, Adriana, Mary, Nely e outras que me fogem à memória.
            Aos amigos da Mercearia Ori também deixará saudades.
            Ao coração da “Primeira Dama”, como me chamava, a eterna lacuna no coração.
            Licinho não era só mais um poeta que pertencia ao Grupo. Era o companheiro que sempre atendia qualquer pedido meu, não só para dar os balancetes da tesouraria, mas em comissões de avaliação de concurso. Sempre pronto, sempre solícito.
            Neste blog já prestei homenagem a ele publicando dois poemas seus.
            Detentor de alguns troféus por sua assiduidade, foi com prazer que a ele entreguei um Troféu que havia mandado confeccionar em argila, com a figura de um poeta. Honraria bem merecida por seu trabalho, não só o administrativo, mas por suas participações em eventos do Grupo.
            Nas reuniões quando declamava seus poemas, às vezes dirigia o olhar para mim ou para Adriana Cruz, a primeira tesoureira, e fazíamos brincadeira como se aqueles poemas tão  sensuais fossem a nós dirigidos.
            “Não chores nunca a morte de um poeta, pois ele foi feliz com todas as mulheres belas” já imortalizou o poeta Aníbal Nunes Pires em seu soneto “Aos Poetas Mortos”. Licinho foi feliz com o carinho de suas “mulheres belas” e será mais uma luz no firmamento. Irá encontrar-se, com certeza, com seu amigo, nosso outro grande poeta do GPL, Ubirajara de Magalhães Barbalho, associado correspondente.  Continuarão os papos que começaram e se alegrarão com suas poesias, tenho certeza.
            Ao Licinho, a saudade dos tantos abraços que nos dávamos, da sua doçura, do seu encantamento.
            Como derradeira homenagem, transcrevo um de seus poemas publicados na Revista Ventos do Sul.

            ÉBRIOS
            Me curvo aos teus encantos soberbos
            E o lascivo vinho
            Dos teus lábios rubros bebo
            Me embriagando

            Me curvo aos desejos sorvidos
            Da vinha da paixão natura
            E entre goles bebidos
            Brindo a esta paixão tão pura

            Corpos em mormaço
            E nossas bocas como cálices
            Se confundem
            Com o tilintar dos abraços.
            LICINHO CAMPOS
            [Revista Ventos do Sul, n.35/2010]

            Um beijo no coração, meu amado Poeta.