FAZIA TEMPO...
Fazia tempo que não escrevia mais nada. Acúmulo de coisas para fazer, final de ano, os eventos se atropelando, pequenos acidentes que me deixaram sem poder participar dos eventos das instituições co-irmãs do GPL, enfim, uma gama de atividades, minha cabeça girando tentando organizar a festa de fim de ano, os dois concursos literários promovidos que deram um trabalho enorme...mas tive o suporte da comissão que sempre são meus braços e meu amparo.
Até poesia fiz pouco.
Terminei o livro do Grupo que, no aniversário de 15 anos, será lançado. A Revista Ventos do Sul do segundo semestre já está sendo enviada.
No final do ano, amigos pedindo pra que eu fizesse apresentações de seus livros, que não me furto, pois é um privilégio e me sinto abraçada quando me pedem e procuro ler com carinho tudo o que recebo.
Devido a forçada imobilidade, tenho lido bastante, jornal, livros, revistas...assim aproveito pra colocar em dia as leituras.
Recebi a visita de um amigo poeta que estava prometendo vir e finalmente, pode. Foi gratificante pois manteve contato com o pessoal do Grupo, interagiu, viu como fazemos as nossas festas, conheceu duas praias do continente, fotografou... deve ter gostado pelo pouco tempo.
Até que numa tarde, veio a inspiração e consegui fazer um poema.
Quando tenho a intuição ou "alguém" me dita algo, logo corro pra escrever, pois as ideias nos traem.
Então sairam dois poemas que transcrevo, finalizando a produção de 2012:
O MARINHEIRO
Desde menino ele ansiava ir ao mar.
Com seu barquinho brincava
e sonhava, e
sonhava...
Mas...
não pode realizar seu sonho.
Obediente menino, ficou a saudade
de outras eras quando fora um viking vigoroso
que atravessava os mares para novas terras conquistar.
Amou uma mulher proibida;
fez de seu corpo o que quis
e sua alma dilacerou
quando partiu para outras terras,
outras mulheres para conquistar.
E aquela que foi amada e largada
ainda fica no cais
à espera do seu guerreiro
que espera para seu leito compartilhar.
Ela sonha acordada, à noite.
Seu travesseiro é testemunha de sua antiga dor.
Chora baixinho, sufocando cada lágrima,
dizendo pro seu coração e ansiando para
que seu amado ouça também:
“Vem, meu
marinheiro, e faz do meu corpo, da minha vida,
o teu mar, onde possas navegar tranquilo
e poder dormir a
noite toda, sem dores,
só com meus amores
e os meus braços a
te enlaçar.”
Maura Soares, aos
10 de dezembro de 2012.
ANTES...
Antes de
ti, eu não era e nem vinha a ser
Fugia do
amor com temeridade
Ansiando
por amar, mas com receio da maldade
Dos
homens sem escrúpulos
Dos
homens que chegavam e logo partiam
Deixando
em meu coração a saudade
E em meu
corpo o desejo reprimido
Antes de
ti, eu não era e nem vinha a ser
A mulher
que eu desejava, a amante alucinante
A mulher
com alma, com espírito devoluto
Longe dos
preconceitos
A mulher
que queria amar sem reservas sem pudor
A mulher
que se abria, que ria, que chorava de alegria
Antes de
ti, eu não era e nem vinha a ser
A amante,
a que deseja e é desejada
A que ama
e é amada, longe das coisas fugidias
Longe das
coisas banais
Antes de
ti...
Antes de
ti...
Agora,
contigo, sei o que sou.
Maura
Soares
Aos 29 de dezembro de 2012, 19.28h