segunda-feira, 20 de maio de 2013

O ANJO QUE SE FOI







O ANJO QUE SE FOI

Quando a alma se aquieta, após uma dolorosa perda, as pessoas podem, aos poucos, esboçar seus sentimentos.
Como sou, ao fim e ao cabo, uma contadora de histórias e não como me dizem – “escritora” -, vou relatar o que sei, pois a convivência não foi diária, apesar do Anjo estar ou ter estado na família Soares.
Amanda nasceu em 12 de novembro de 2012, após uma dolorosa gestação de sua mãe, Simone, e os muitos cuidados do pai, Carlos Eduardo, meus sobrinhos.
Constatou-se que ela teria Síndrome de Down. Até aí tudo bem, pois me relaciono esporadicamente nas comemorações promovidas pela COEPAD (Cooperativa de Pais e Amigos dos Portadores de Deficiência), onde minha irmã exerce cargo na sua diretoria. Nas festividades, recebo o carinho destes seres maravilhosos que Deus colocou em muitas famílias para amarem e serem amados. E as “Crianças” da COEPAD não fogem à regra, são alegres, adoram dançar e abraçam e beijam com uma excepcional espontaneidade.
Pois bem, Amanda veio para ser amada e assim foi na sua curta vida. Curta vida para nós no plano terreno, mas talvez longa para os desígnios de Deus.
Além da Síndrome de Down, um sério problema cardíaco acompanhou este pequenino Ser, belo Ser colocado na nossa família que já está na sua 4ª. geração, a partir de João e Odete, meus pais.
Foram cuidados diários nos cinco meses em que Amanda esteve na família. Idas e vindas a médicos, exames, o bebê perdendo peso, papai e mamãe sofrendo, avôs e avós chorando pelo sofrimento de seus filhos, tios, primos, preocupados orando pela recuperação, ansiando para uma festa de um aninho, com ela recuperada e a partir daí, uma convivência de amor e a trajetória de Amanda no Jardim, na Pré-escola, e na sequência de estudos e a vida seguindo.
Mas o Destino não quis assim. Sua trajetória como Amanda Valle Soares tinha um tempo e este tempo começou e terminou rapidamente. Seu falecimento deu-se dia 16 de abril de 2013.
Ela se foi, mas inundou todos os corações de amor sem dizer nenhuma palavra, apenas leves sorrisos e seu choro sentido de dor.
A família sentirá sua falta, pois o Anjo era por demais aguardado, mas Deus a queria a seu lado, e, meio que arrependido por tê-la deixado vir, a levou de volta.
Ela, o Anjo Amanda, tenho certeza, no Plano Superior, estará olhando o papai e a mamãe que lhe deram todo o amor que ela precisava e ela, o Anjo, estará aguardando para retribuir o Amor quando do reencontro final.
Maura Soares
Aos 15 de maio de 2013, 08.30h , manhã
(publicado com consentimento dos pais)   

segunda-feira, 13 de maio de 2013

RETRATAÇÃO DO POEMA MADRILENHO


RETRATAÇÃO SOBRE A ORAÇÃO DO POETA, de Zeula Soares
Amigos,como não gosto de injustiças e subo nas tamancas quando isso acontece, quero deixar registrado que o poeta Manuel Gonzalez Alvarez, de Madri,Espanha, colocou o nome da autora da Oração do Poeta, Zeula Soares, dizendo que havia traduzido o poema.
Eu havia pedido há mais de um mês e não havia recebido resposta.
Escancarei na internet e a pouco recebi o poema como queria, dizendo os nomes corretamente.
Sentiu-se "herido" e "yo también" , tanto que fiquei indignada, pois recebo coisas dele todos os dias.
Fiquei aguardando e só hoje, depois de me estressar, jogar na internet e na sua lista de amigos, ele se retratou. Meno male.
Então, sem mais delongas, quero dizer que o poeta pediu desculpas.
Estamos esclarecidos,mas tudo isto não precisava ter acontecido.
Acho que eu devia ter me formado em Direito!!!
Um forte abraço a todos que me mandaram emails de solidariedade.
A vida é assim, lutando com um tigre (não uso leão, pois podem pensar que é o leão do time azurra) todos os dias.
maura

A VERDADE SOBRE A ORAÇÃO DO POETA, DE ZEULA SOARES



Oração do Poeta (*)
Dá-me, Senhor, as palavras certas
para que eu possa expressar
o amor pela vida e pela humanidade.
Dá-me inspiração para mostrar
que somos todos irmãos.
Aponta-me, Senhor, o caminho
da compreensão do mundo.
Permite-me apresentar as belezas da vida,as dores do mundo,
as injustiças sociais e exprimir o que
me vai na alma.
Autoriza-me a falar as verdades do
coração.
Abençoa, Senhor, minhas palavras
para que possam atingir aqueles
que amam a vida e a Arte.
Faz com que todos sintam,
por meu intermédio,
que só o Amor maior
pode revolucionar o mundo
E que esta revolução de Paz
Venha por meio da Poesia.
Zeula Soares
(julho de 2009)

(*) Autoria de Zeula Soares, do GPL. Instituída
através da Portaria 02/2009, assinada pela
Vice-presidente  Heralda Victor, em  7 de
Agosto de 2009.



ORACION DEL POETA
Un poema muy libre


 Dame Señor las palabras ciertas
Para que yo pueda expresarlas,
El amor por la vida y por la humanidad.
Dame inspiración para mostrar
Que somos todos hermanos .
Enséñame Señor  el camino
Para ver la comprensión del mundo.
Permíteme que pueda presentar las bellezas de la vida ,
Los dolores del mundo ,las injusticias sociales ,
Y que pueda conocer el interior de las almas .
Autorízame  a hablar de las verdades del corazón .
Acepta Señor mis palabras
Para que pueda distinguir
 A aquellos que aman la vida y el arte .
Haz que que todos se sientan
Con mi intervención felices .
Que solo  con amor bueno
Se puede revolucionar el mundo ,
Y que esta revolución de Paz
Venga pòr conducto de la poesía
******************
Manuel Gonzalez Alvares, Madri, Espanha


Prezados Senhores e senhoras, como Presidente do GRUPO DE POETAS LIVRES, de Florianópolis, Santa Catarina, Brasil, desde o ano 2000, tenho o dever de esclarecer que a ORACION DEL POETA assinada por Manuel Gonzalez Alvarez é uma TRADUÇÃO do Poema ORAÇÃO DO POETA, da poetisa catarinense, de Santa Catarina, Brasil, ZEULA SOARES, pertencente ao GRUPO DE POETAS LIVRES, de Florianópolis, Santa Catarina, Brasil. 
Este Poema-Oração foi aprovado em reunião de 2009 e feito uma PORTARIA instituindo como ORAÇÃO OFICIAL DO GRUPO DE POETAS LIVRES, e declamada todo início de reunião,às quintas-feiras.
Todas as publicações do GRUPO, seja Revista e Antologia, levam nas suas edições, a Oração como segunda página,  assim como o HINO DOS POETAS LIVRES, também  é o HINO OFICIAL DO GRUPO, também por Portaria, sai em todas as publicações.
Já solicitei ao senhor MANUEL ALVAREZ para se retratar, mas o mesmo ainda não o fez. Ele simplesmente omite o nome do verdadeiro autor.
Mandei email pra ele e ele achou que eu fui dura com ele. Mas ele repetiu a façanha e ainda mandou pra mim de novo. 
Tive que ser dura, pois isto é FALSIDADE IDEOLÓGICA.
Já fizeram Tradução de um poema meu "Esperemos a noite", mas colocaram o nome do tradutor e publicaram numa revista da Argentina. ISTO SIM É CORRETO!!
Este mesmo texto que agora lhes escrevo estou colocando na minha página do FACEBOOK e no meu blog La Chascona.
Não se pode, a partir deste tempo, acreditar em mais nada.
E ainda que o senhor Manuel Gonzalez Alvarez, de Madri, Espanha, é nosso correspondente desde 1998, quando o GRUPO foi fundado e a partir do terceiro número começamos a publicar poemas dele. DE GRAÇA, SEM COBRAR ABSOLUTAMENTE NADA e ainda enviar-lhe pelo correio, que para nós sai bem caro. Religiosamente ele recebe nestes anos todos a nossa REVISTA VENTOS DO SUL com a sua poesia.
Sinceramente, para não chegarmos às vias de fato, faço público este relato.
Lamento ter que dizer, SE NÃO HOUVER RETRATAÇÃO por parte do porta Manuel Alvarez, NÃO MAIS PUBLICAREMOS suas poesias na nossa revista.É INCONCEBÍVEL!!! FICO INDIGNADA!!!
Professora  Maura Soares
Presidente do Grupo de Poetas Livres desde o ano 2000

sexta-feira, 10 de maio de 2013

A MÃE


                                            Estatueta da Madona, em argila : trabalho de Leuzi Soares
A MÃE

Sete horas da manhã e Maria,religiosamente, levantou-se para preparar o café pro marido que, mesmo sendo domingo, iria trabalhar. Era vigia em uma obra, numa das múltiplas construções da cidade.
Não tinha ouvido José Luiz chegar em casa como costumeiramente fazia, de madrugada. Já não ligava mais, pois o rapaz, cheio de razão, achava-se um homem e sequer ouvia seus conselhos e o do pai.
Preparou o café, o marido comeu. Maria entregou-lhe a marmita com o almoço,pois no domingo ele trabalharia até às 18 horas, quando seria rendido por outro.
Tomou seu café após a saída do marido e lembrou-se que havia deixado roupa de molho (gostava que as camisas que o marido usava ficassem bem branquinhas) e apressou-se em dar enxaguada e colocar no varal para secar, aproveitando o belo dia de maio, ensolarado e com temperatura agradável.
Nem cogitou em ver se o filho estava dormindo ou não, pois o quarto era do outro lado da casa, sem comunicação com a sala e o quarto dela.
Fez as tarefas que tinha que fazer, pois Maria estava acostumada ao trabalho e ficava ansiosa se não estivesse mexendo em algo: ora a lavação de roupa, ora a arrumação da casa, ora a costura, ora a renda de bilro. Novela? Não ligava, gostava mais de ler aqueles romances açucarados que o marido trazia pra ela da biblioteca do município.
Ali, naquelas páginas, vivia aquela vida glamorosa que tanto sonhara, mas o Destino pensara diferente, dando-lhe mais dor que amor.
Não que se queixasse do marido, pelo contrário. Amava-o a seu modo. Era um homem correto, trabalhador, sem vícios. Gostava da cerveja no dia de folga, um futebol pela TV, um joguinho de dominó. E só. Conversas com Maria,bem pouca. Ela então, quando podia, chegava ao muro para conversar com Carlota, a vizinha viúva que sabia do que se passava no bairro.Ultimamente, porém, nem isso a interessava mais.
A sua preocupação maior era o  Zé. Já havia perdido o filho mais velho e a mágoa ainda estava gravada em seu coração. Não suportaria outra perda.
Maria foi tratar do almoço, pois para ela e o filho fazia comida na hora e como gostava de macarrão com galinha caipira, naquele domingo resolveu fazer.
Na cozinha distraída com a preparação do almoço, rádio ligado em músicas sertanejas, passou a manhã.
Perto de meio-dia arrumou a mesa.
Dirigiu-se ao quarto do filho. Bateu. Ninguém respondeu.Maria bateu novamente. Nada.Chamou pelo nome. Nada. Resolveu abrir a porta.
A cama estava arrumada, sinal que Zé não dormira em casa.
Bateram à porta. Correu para abrir.
Um oficial da polícia veio pedir para ela acompanhá-lo.
Por que?
Ele disse: Seu filho. Venha.
Naquele domingo, era Dia das Mães.

Maura Soares, aos 10 de maio de 2013, 20.15h