segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

ALEGRE MÊS DE JANEIRO - 2012

A FAMILIA E AS REUNIÕES FESTIVAS

Como podem ver, o blog abre com a foto da grande familia Soares, e tem sido assim com uma considerável população nas reuniões festivas (aniversários, festas religiosas - pero no mucho ) em que a rapaziada do João e da Odete se reúne para comer, beber, cantar e brincar uns com os outros.
Disse, dia 8 de janeiro, que iria fazer uma matéria e colocaria tópicos da reunião de aniversário do caçula da familia, Laurão pra todos os seus amigos e pra familia também.
Sua formação profissional: Professor de Educação Física, com trabalhos voltados a trabalhos com cegos e autistas, quando integrante do quadro da Fundação Catarinense de Educação Especial.
Numa praia no sul do Estado, dia 8 de janeiro foi um dia alegre com familiares, amigos e vizinhos de veraneio.
Muito samba, suor e cerveja e o tradicional bolo de aniversário.
Ah, e um japonês no cavaquinho. 
Sem citar nomes, algumas fotos. Ainda vou aprender a colocar direito estas fotos.

sábado, 7 de janeiro de 2012

No dia do meu aniversário, saí pra caminhar como de hábito. Vejamos o que foi captado.

7 DE JANEIRO DE 2012

UM ENSAIO FOTOGRÁFICO

PRAIA DE ITAGUAÇU



            Vim pra este planeta de expiação no dia 7 de janeiro de 1943, de acordo com o calendário gregoriano, às 9 horas e alguns minutos.

            A terceira de uma escadinha de 10 filhos, cabelos vermelhos, sardenta, geniosa, teimosa como manda o signo, mas organizada, trabalhadeira e trabalhadora, jamais fugi de nenhuma tarefa. Quanto mais ocupada, mais me esforcei para dar conta do recado.

            Podem dizer o que quiserem de mim, mas jamais dirão que me omiti pra qualquer tarefa. E, podem ter certeza, com muito amor ainda pra dar.

            Mas deixemos estes assuntos de lado. Vamos ao que interessa.

            Pois bem, hoje pela manhã do dia do meu aniversário, como costumo caminhar pela manhã, resolvi ir à Praia de Itaguaçu.

            O dia amanheceu com sol, céu claro, uma leve marola na baía, ventinho agradável.

            Munida da minha Samsung, resolvi fazer um ensaio fotográfico.

            Meu olhar deparou-se com ângulos que eu ainda não havia fotografado. Dois pescadores meio que posaram para mim e uma garça, como verão. Tentei captar uma cena com um avião chegando. Não sei se dá para observar.

            Vi uma família tirando ostras das pedras da beira da praia e o filhinho deles empinando uma pequena pipa ou pandorga, como nós ilhéus dizemos. Não fotografei o menino nem os pais tirando as ostras. Desta vez sentei-me numa pedra e observei o menino a controlar o que o vento teimava em jogar de um lado para outro. Contemplei a alegria da criança num brinquedo tão antigo.

            Retomei ao meu caminho e ainda sentindo dor no coração, fotografei uns bancos com poesia e ângulos da praia. Desta vez resolvi captar as fachadas dos restaurantes deste trecho do caminho, como poderão observar.

            Por que digo dor no coração? Porque eles (os bancos) em breve desaparecerão como desapareceram os do Bom Abrigo. Não que tenham sido roubados, não! Simplesmente no Bom Abrigo pintaram os poemas, sem recuperar os versos.

            Já denunciei pelo jornal, mas de nada adiantou. É mais fácil para o poder público passar uma tinta por cima do que preservar a memória. Irão matar mais uma vez nossos poetas.

            Deixa pra lá. O mal já está feito. Não adianta mais me estressar.

                Quem sabe outro projeto melhor substitua, melhor do que este. Não percamos a nossa fé no ser humano, tão imprevisível como é.

            Então, quem não conhece a Praia de Itaguaçu – a Rainha do Litoral – pode ter uma visão através do meu olhar.

            Foram muitas fotos. Pra não ficar extenso demais, tentarei colocar as fotos lado a lado.

            A manhã do dia 7 foi dedicada a contemplar o mar e, nesse ínterim, receber telefonemas dos meus amados amigos Gê, Marli e Arnaldo.

            Pelas 13.30h um ótimo almoço com a família em Sambaqui, pois eu e  Mateus, meu sobrinho, comemoramos  a data, capricornianos de boa cepa, desculpem a modéstia.

            E assim passou-se o dia com a complementação que omitirei pra não alongar demais esta matéria.

            Vejamos as fotos, propósito do dia.

            Maura Soares, aos 7 de janeiro de 2012.

A Lenda(veja a foto da placa)
Conta a lenda que as bruxas faziam  suas festas na praia de Itaguaçu. O diabo sempre comparecia mas exalava um cheiro insuportável. Numa dessas festas as bruxas não o convidaram e ele, por vingança, transformou-as em pedras.

    


     
     

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Abro espaço para divulgar o trabalho do poeta Manuel Gonzalez Alvarez, de Madri, Espanha, poetamigo do Grupo de Poetas Livres, de Florianópolis. Os poemas de Manuel são publicados na Revista Ventos do Sul e este conto,em particular, chamou-me a atenção, quando o menino(Manuel) descobre de repente que não é mais criança. Manuel é diretor do Grupo Ritus Senior, que apresenta poemas, música e teatro.


    MI  ÚTIMA NOCHE DE REYES



            Empieza este cuento como empezara aquel famoso de Pedro de Alarcón .

            ¡Hace muchos años …¡ Bueno ,tantos , como que yo tenía siete ! -Lo recuerdo como si fuese ahora mismo - Aquella tarde  había  terminado mis  juegos antes de costumbre . No sé el motivo pero todo el día lo había pasado muy nervioso, bueno si sabía el por qué .

            Aquella noche , era la " Noche de Reyes " y eso me hacía  vibrar.

            Mi madre me lo notó. Yo hacía preguntas . Tenía  mis dudas. Trataba de no hacerme ideas , ni hacer caso  a lo que los demás chicos más mayores me habían contado .

            Y es que ya tenía mal concepto de la gente , por cierto que de mayor la sigo teniendo .

            La humanidad miente mucho .

            No obstante , como digo , aquella tarde tenía mis dudas . Eran muchas casualidades , tantos paquetes , los bazares que estaban tan llenos , los millares de papeles multicolores  que pasaban por mi vista , y aquellos caballotes de cartón , que por muy envueltos que venían , no se podian disimular .

            ¡ Eran muchas novedades para mi imaginación !

            No sé , con mis dudas y todo , seguí luchando entre la verdad y la mentira.

            Más tarde , y siguiendo los consejos  de mi madre , aquella noche  yo me acostaría temprano - como todos los niños - pues si no , los Reyes no vendrían.

             Antes os diré que dejé mi alpargata en la ventana .¡ Sí … mi alpargata !

            Yo era un niño pobre de los de antes , y estos niños no gastabamos zapatos .

            No dormí , creo que no dormí en toda la noche , si alguna vez me quedé traspuesto , fue para soñar .

            ¡ Soñaba ya la madrugada , con aquella carretilla de madera y el fusil  de hojalata con la culata colorada!!

            No sé cuanto tiempo había pasado , pero bien recuerdo que un golpe me hizo que abriera los ojos  en la oscuridad . ¡ Fue un ruido y no de camellos !

            Algo se cayó , luego voces , mi corto entendimiento , por un momento  creyó que sería mi Rey  , pero luego comprendí que era otro  rey .¡ Bien conocí su voz ! Mi madre hizo una exclamación  ¡Oh ! Es la luna que se ha roto , Pero ¿ De que luna hablaban ?,

            Vueltas y más vueltas , sueños interrumpidos  con los que tenían que venir de Oriente. Más voces , ahora es mi hermano que habla , creo que soñaba .       Su voz aclaró más mis dudas. Escuché estas palabras .- Para mi ya no hay Reyes - lo ha dicho papá- ¡ Yo ya soy grande !

            La madrugada puso punto final para aquella noche de pesadillas . Tan pronto como se hizo de día salté de  la cama .

            ¡ Todo estaba aclarado ! ¡ Yo también era grande !

            El costurero de mi hermana  con el espejo roto , fué  quien  le dió  la última puñalada  a mi niñez .

            Sí … es verdad , allí estaba  mi fusíl y mi carretilla . Creo que el Rey fue hasta generoso aquel día , pues me dejó algo más que lo que yo le pedí .

            Lo tomé todo con un llanto nervioso , que sólo yo sabía de que era .

            Mis padres ¡ Que poco conocieron aquel dia la psicología del niño !

            Ya que yo no lloraba con ese llanto propio que da la emoción ,

            Si no, por comprender para siempre , que aquella noche era para mí
           
            " La última Noche de Reyes ".



Manuel Gonzalez Alvarez, director do Grupo Rictus Senior, Madri, Espanha


quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Admirando uma tela de Bouguerou, tive inspiração para este poema.


Bacante

(Bouguerau)



BACANTE



No vinho, te embriagas

e em cada gota que escorre sobre teu seio,

teu amado suga com ardor.

Bacante, és, e sempre serás

amada por isto.

Tens a teus pés todos os homens

que se embriagam somente com teu olhar.
..
Beijas as bocas

e nelas colocas as gotas do vinho

pra aplacar a sede do amor.

Todos querem compartilhar do teu leito de bacante,
,
deitar na alvura dos teus lençóis,

enrolarem-se em teus cabelos

ondulados e negros.

Andas descalça pra sentir a energia

da terra sob teus pés.

Na hora do amor tu os lavas

com essência de lavanda

e os homens beijam cada dedo dos teus pés,

pois sabem que aqueles pés caminharam

para onde eles estavam,

para deitar no leito

e concluir o amor tão desejado.

Bacante, és!

Sempre serás!

Maura Soares, aos 05 de janeiro de 2012, 16.50h-verão

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Em 2012, comemora-se o centenário de nascimento do dramaturgo Nelson Rodrigues. Esta a minha homenagem a este homem extraordinário.



O ANJO PORNOGRÁFICO



            Este é o título da obra de Ruy Castro sobre a vida de Nelson Rodrigues, grande dramaturgo brasileiro.

            Ao ler o jornal de hoje (02.jan.2012) vi a matéria sobre o autor e fui apanhar na estante a obra ‘O Anjo pornográfico’, com dedicatória do amigo-irmão, ator de teatro e cinema, Édio Nunes, presente de  aniversário de 7.1.1993.

            Reli algumas passagens da obra, pois a mesma ficou adormecida na estante. Livro é assim, quando menos se espera, precisa-se dele, por isso nunca digo que o livro é ou está  velho, sobretudo porque livro bom não envelhece. Deixa-se quieto na estante e um belo dia, voilà, eis que nos cai no colo para ser pesquisado.

            Em 2012 acontecerão diversas homenagens a Nelson. Como homenagear? Com a encenação de suas peças, claro.

Tive o prazer em assistir com o Grupo Pesquisa Teatro Novo, de Florianópolis, dirigido por Carmem Fossari, a obra de Nelson “Senhora dos Afogados”, no teatrinho da UFSC. Um bom trabalho com inovação em cenário no pequeno palco do simpático teatrinho.

            Então as montagens de Nelson não ficaram somente no eixo Rio-São Paulo, nós também tivemos. E uma boa montagem, diga-se de passagem, não devendo nada a grandes companhias.

            Há, conforme o Jornal Notícias do Dia, de Florianópolis, com data de 02 de janeiro de 2012, proposta de encenações de ‘Vestido de Noiva’(uma revolução em cenário); ‘Senhora dos Afogados’; ‘A Serpente’; ‘A mulher sem pecado’; ‘Viúva, porém honesta’.

            Nascido em Pernambuco, num lar com 14 filhos,de Mario e Maria Esther, em 23 de agosto de 1912, seu nome foi em homenagem ao almirante inglês Lord Nelson,vencedor da batalha de Trafalgar, em 1805.

            Interessante o que cita Ruy Castro sobre os nascimentos e a cor dos cabelos de cada filho. O avô de Nelson, Francisco Rodrigues, “era figura conhecida no Recife, ele um corretor de imóveis e terrenos, reconhecível à distância pela barba e pelos cabelos vermelhos que lhe valiam o apelido de “Barba de fogo”. Francisco era famoso pela audácia nos negócios e pela sua desvairada militância sexual – uma obsessão que seu casamento com dona Adelaide, fina dama da sociedade local, não perturbava nem um pouco.”

            Cita Ruy que Adelaide, a esposa, pesou os prós e os contras e liberou Francisco para as suas orgias sexuais, pois em casa era um pai amantíssimo e um marido generoso e deu-lhe salvo conduto pra agir como quisesse, para inveja dos outros que usavam dos mesmos subterfúgios, sem aval das esposas, claro.

            Mário Rodrigues, seguindo a descendência de seu pai Francisco, teve nos seis primeiros filhos  a repetição da cor dos cabelos, pela ordem de nascimento: Milton era ruivo como o avô; Roberto era moreno como o pai; Mário Filho era ruivo; Stella deveria sair morena e saiu ruiva; Nelson nasceu loiríssimo, mas com o tempo seu cabelo escureceu e tornou-se moreno, como o pai; Joffre nasceu com cabelos vermelhos.

            Interessante que na minha família também foi assim: eu e  meus irmãos Saulo e Jauro nascemos com cabelos vermelhos; Neusa, Azuir, Paulo e Leuzi, com cabelos pretos; Mauro com cabelos castanhos; Lauro era bem loiro quando pequeno, depois os cabelos escureceram; Zeula tinha seus cabelos com uma cor de amêndoa, nem louro nem castanho.

            A taradice em Nelson Rodrigues  é hereditária. Nunca negou ser neto de Barba de Fogo e aos 3 anos de idade já aprontava. Tenho um amigo assim que também deve ter herdado gens de um antepassado.

            Mas voltemos ao Nelson. Aos quatro anos já foi classificado de “tarado de marca maior”. Fazia coisas de moleque: cuspia nas pessoas que passavam pela rua e descobriu que empilhando paralelepípedos poderia espiar a vizinha tomando banho, coisa que viu muitas vezes. Sabia a diferença dos corpos masculinos e femininos.

            Apesar de tudo era um menino que não dizia palavrões e não disputou com os amigos quem fazia xixi mais longe e nem comparava seu órgão  genital com os dos outros meninos.  

            Aos oito anos de idade sua professora, dona Amália, pediu aos alunos que escrevessem uma redação e a melhor seria lida em classe. A de Nelson versou sobre adultério. “O marido chega de surpresa em casa, entra no quarto, vê a mulher nua na cama e o vulto de um homem pulando pela janela e sumindo na madrugada. O marido pega uma faca e liquida a mulher. Depois ajoelha-se e pede perdão.”

            Adultério era coisa corriqueira na rua em que morava, com a vizinhança tomando conta da vida uns dos outros.

            O fato inusitado é que o precoce menino ousou colocar isto em uma redação escolar.  Ao final, a outra redação foi lida e a de Nelson não, mas no fundo ele teve a satisfação de ter sido ele o vencedor.

            Creio que este fato em sua vida lhe deu background para suas peças que sempre tem um quê de sexualidade.

            E assim Ruy Castro vai tecendo a vida deste homem inteligente, excelente escritor, dramaturgo, contista, jornalista e, principalmente, torcedor do Fluminense.

            Em 1951 Nelson foi convidado por Samuel Weiner para trabalhar no Ultima Hora. Foi ali que começaram as crônicas “A vida como ela é...”, coluna diária sobre fato real da atualidade. Nesta época na rua onde morava havia um sujeito notoriamente sonso que era tratado como um cão pela mulher. Um dia cansado disso, deu uma surra nela em plena via pública. A mulher depois de apanhar, caiu de  beijos e abraços no marido e e ao ouvir os comentários das vizinhas que estavam torcendo para a mulher apanhar mais, disse “Toda mulher gosta de apanhar”. Esta frase saiu na crônica e tornou-se popular e perseguiu sua vida a ponto de receber brincadeiras  de muita gente.   

            Outras frases de Nelson: “toda unanimidade é burra”; “tenho inveja da burrice, pois ela é eterna”.

            Ah, Nelson também protagonizou como o avô cenas de adultério. Não podia negar a descendência, afinal lembrem-se da precocidade dele.

            Muito poderia contar de Nelson. Deixo, porém, a indicação para que leiam a obra de Ruy Castro “O anjo pornográfico”.

            Fico por aqui, citando as peças de teatro deste “tarado de  suspensórios” como o chamavam. Aproveito que tenho o livro citado, dando a relação com as datas, omitindo nomes dos atores e diretores, citando apenas o teatro da primeira encenação. Segue:

            A mulher sem pecado (1941), Teatro Carlos Gomes; Vestido de noiva (1943), Teatro Municipal; Álbum de família (1946), Teatro Jovem; Anjo negro (1947), Teatro Popular de Arte; Senhora dos Afogados (1947), Companhia Dramática Nacional; Dorotéia (1949), Teatro Phoenix; Valsa nº 6 (1951), Teatro Serrador; A falecida (1953), Companhia Dramática Nacional;  Perdoa-me por me traíres (1957), Teatro Municipal; Viúva, porém honesta (1957), Teatro São Jorge; Os sete gatinhos (1958), Teatro Carlos Gomes; Boca de ouro (1959), Teatro Nacional de Comédia; Beijo no asfalto (1960), Sociedade “Teatro dos sete”; Otto Lara Resende ou Bonitinha, mas ordinária (1962); Toda nudez será castigada (1965), Teatro Serrador; Anti-Nelson Rodrigues (1973), Teatro do SNT; A serpente (1978), Teatro do BNH.

            Também a relação das obras.

            Segue: Teatro-“Teatro completo”,organização de Sábato Magaldi; Romances -“Meu destino é pecar”(1944); “Escravas do amor”(1944); “Minha vida”(1946); “Núpcias de fogo”, inédito em livro(1948); “A mulher que amou demais”, inédito em livro(1949); “O homem proibido”(1951); “A mentira”,inédito em livro(1953); “Asfalto selvagem”,dois volumes(1959-60); “O casamento”(1966). Contos – ‘Cem contos escolhidos: A vida como ela é...’(1961), dois volumes; ‘Elas  gostam de apanhar’(1974). Crônicas – ‘Memórias de Nelson Rodrigues’(1967); ‘O óbvio ululante’(1968); ‘A cabra vadia’(1970); ‘O  reacionário’(1977). Novelas de TV – ‘A morta sem espelho’,TV Rio(1963); ‘Sonho de amor’, TV Rio(1964); ‘O  desconhecido’, TV Rio(1964). Filmes – ‘Somos  dois’(1950); ‘Meu destino é pecar’(1952); ‘Mulheres e milhões’(1961); ‘Boca de ouro’(1962 e 1990); ‘Meu nome é Pelé’(1963); ‘Bonitinha, mas ordinária’(1963 e 1980); ‘Asfalto selvagem’(1964); ‘A falecida’(1965); ‘O beijo’(1966); ‘Engraçadinha depois dos trinta’(1966); ‘Toda nudez será castigada’(1973); ‘O casamento’(1975); ‘A dama do lotação’(1978); ‘Os sete gatinhos’(1980); ‘O beijo no asfalto’(1980); ‘Álbum de família’(1981); ‘Engraçadinha’(1981); ‘Perdoa-me por me traíres’(1983).

            “Nelson morreu poucos minutos antes das oito da manhã do dia 21 de dezembro de 1980, um domingo. No fim da tarde daquele dia ele faria treze pontos na loteria esportiva, num “bolo” com seu irmão Augustinho e alguns amigos de             “O Globo”.(...)Na madrugada de  21 de dezembro,ele resistira a sete paradas cardíacas.(...)Nelson morrera a poucos dias do Natal, uma data que, para ele, transcendia profundamente a vulgaridade das folhinhas e das promoções das lojas de varejo.”

            Em uma crônica em O Globo, a respeito do assunto escreveu,  como estivesse fazendo uma oração, nosso anjo pornográfico escreveu:

            Escrevo à noite. Vem na aragem noturna um cheiro de estrelas. E, súbito, eu descubro que estou fazendo a vigília dos pastores. Aí  está o grande mistério. A vida do homem é essa vigília e nós somos eternamente os pastores. Não importa que o mundo esteja adormecido. O sonho faz quarto ao sono. E esse diáfano velório é toda a nossa vida. O homem vive e sobrevive porque espera o Messias. Neste momento, por toda a parte, onde   quer que exista uma noite, lá estarão os pastores – na vigília docemente infinita. Uma noite. Ele virá. Com suas sandálias de silêncio entrará no quarto da nossa agonia. Entenderá nossa última lágrima de vida.”(in Ruy Castro, pag. 420)

            Como se disse de  Getúlio Vargas, posso também dizer de Nelson: “saiu da  vida e entrou para a história”, a história do teatro, a história da crônica jornalística,enfim, a história da literatura e da dramaturgia brasileira.  

            Maura Soares, aos 02 de janeiro de  2012, 13.35h,  verão.