quinta-feira, 11 de julho de 2013

O AMOR - SIMPLES ASSIM

Apesar dos meus dias serem ocupados com trabalhos no computador fazendo N coisas, quase não tinha mais escrito.
Acordando de madrugada quase todos os dias, minha irmã Leuzi me disse: "é para escreveres".
E assim estou fazendo.Já há uma prancheta com papel e caneta na cabeceira e tenho produzido nestas duas semanas.
Então, hoje pela manhã, ao invés de poema, saiu este texto que compartilho.
 Digitei exatamente como "recebi".Nada acrescentei.
Podem contestar se quiserem, pois da discussão nasce a luz. 

                                             Psiqué e cupido - tela de William Adolphe Bouguereau

O AMOR – SIMPLES ASSIM

O Amor não pode ser como a água que ferve numa chaleira e depois que se desliga ou apaga a  chama, a água esfria.
O Amor deve ser alimentado dia a dia, hora a hora, com pequenos gestos, com pequenos carinhos, com dedicação, com apreço.
O Amor deve estar presente no cumprimento pela manhã, no alimento diário não só na mesa do café, mas no almoço a dois ou a três ou a mais, dependendo da família e à noite quando um ou os dois retornarem da lida diária.
O Amor transparece nos mínimos detalhes, no perguntar “como foi seu dia”, não uma pergunta mecânica, mas demonstrar interesse no parceiro ou parceira e ouvir – sim – ouvir o que ele ou ela tem a dizer.
O Amor deve ser paciente, embora a vida esteja correndo célere e aparentemente não dê tempo a estes colóquios.
O Amor deve ter seus momentos de conversa. Nada mais sem graça na vida a dois do que passarem uma vida inteira e um e o outro não conversarem sobre seus sentimentos, sobre suas angústias, sobre suas dores.
O Amor a dois deve ser isso tudo e muito mais, deve ser a entrega total dos corpos, o acariciar o corpo um do outro, o beijo demorado com doçura e afeto, o sexo sem pressa, com prazer e não somente quando um quer. Ambos devem quererem, ambos devem estar prontos para dar receber prazer no gozo mútuo. Depois do ato, ainda deve restar o carinho, o sentimento e ambos poderem dormir e sonhar com  um novo amanhecer, sabendo que se completam, que o Amor está presente em todas as horas, nos pensamentos, no querer ser e estar felizes com a companhia que escolheram para viver uma vida terrena.
O amor é isso.
Uma vida a dois em princípio e com a família quando o fruto do Amor, do gozo, aparece para ser encaminhado à mais uma vida para dar continuidade à espécie, para que a vida seguindo seja boa em todos os aspectos.
O Amor não deve ser  ganancioso no sentido de somente ficar em bens materiais, mas que possua o suficiente para levar uma vida com conforto, ter o seu canto, seu espaço de lazer e saber doar a alguém que mais precise.
Enfim, o Amor é dar e receber, é ser e estar, é amar e ser amado, é compreender e ser compreendido, é viver o dia a dia sempre, não só pensando em si, mas no Ser que está ao seu lado e que lhe oferecer sua vida para ser vivida e compartilhada.
Simples assim.
MAURA SOARES, aos 11 de julho de 2013, 07.15h

quinta-feira, 4 de julho de 2013

REFLEXÃO SOBRE ESCRITA


                           Erato - Musa da Poesia - Tela de 1870, autor Sir Edward John Poynter

MEUS VERSOS

De que adianta um poeta fazer seus versos e eles ficarem num canto qualquer de um móvel qualquer e não vir à lume?
De que adianta ficarem as folhas escritas escondidas entre outros papéis, sujeitas a serem roídas por traças?
Quem vai lê-los se o poeta não os mostrar?
Assim, durante muito tempo ficaram meus versos: escondidos, tímidos para saírem e se expor.
Tímidos, como era minha vida.
Escondidos, com medo.
Certo dia, alguém perguntou-me se eu além de escrever peças teatrais também fazia versos.Respondi que sim, mas estavam guardados num caderno.
Então, um belo dia comecei a participar do Grupo de Poetas Livres, ainda com aqueles versos meio tímidos.
Fui então participar de um programa de TV, numa Emissora a cabo,onde minha prima fazia um programa de entrevistas. Falei de todos e não falei de mim. Perguntou-me: e os teus, vais ler?
Disse-lhe que eram piegas, mas o olho da câmera me fitou e relutantemente, li um poema publicado na primeira ou segunda Antologia do Grupo.
Minha prima disse que os versos revelavam sentimentos e que deveriam ser expostos.
Embora sempre achando meus versos intimistas, comecei a publicá-los, a enviá-los para outras editoras que faziam e fazem antologias.
E assim sigo, devagar, mostrando meus escritos, muitos deles transbordando minhas lágrimas após término de amores fugidios, cheios de sentimentos contidos.
Até o momento não me atrevi a fazer um livro-solo. Faço para amigos; faço as Antologias do Grupo, mas meu, ainda não.
Continuarei assim, pois o poeta se livra das emoções e escreve seus versos desta forma, libertando-os para serem apreciados, criticados, espoliados ou colocados de novo no limbo das bibliotecas que ninguém consulta.
Poesia não vende, já disse o poeta Rodrigo Capella.
Reservo-me,no entanto, no direito de apresentar somente aqueles que podem ser lidos. Os mais profundos e de certa forma, mais eróticos, esses que foram feitos para alguém em especial, ficarão guardados, só interessaram a esse alguém e não devem ser expostos.
Um dia, quem sabe, alguém vai vasculhar meus arquivos e descobrirá. Aí, não estarei mais aqui.
E assim sigo minha vida, amando e procurando ser amada pelos meus versos, por aquilo que sai do fundo de minha alma e os coloco na vitrine para quem quiser ler e se preferir, comentar.
Maura Soares
Aos 04 de julho de 2013, 06.35h,  manhã