Acordando de madrugada quase todos os dias, minha irmã Leuzi me disse: "é para escreveres".
E assim estou fazendo.Já há uma prancheta com papel e caneta na cabeceira e tenho produzido nestas duas semanas.
Então, hoje pela manhã, ao invés de poema, saiu este texto que compartilho.
Digitei exatamente como "recebi".Nada acrescentei.
Podem contestar se quiserem, pois da discussão nasce a luz.
Psiqué e cupido - tela de William Adolphe Bouguereau
O AMOR – SIMPLES
ASSIM
O Amor não pode ser como a água que ferve numa chaleira e
depois que se desliga ou apaga a chama,
a água esfria.
O Amor deve ser alimentado dia a dia, hora a hora, com
pequenos gestos, com pequenos carinhos, com dedicação, com apreço.
O Amor deve estar presente no cumprimento pela manhã, no
alimento diário não só na mesa do café, mas no almoço a dois ou a três ou a
mais, dependendo da família e à noite quando um ou os dois retornarem da lida
diária.
O Amor transparece nos mínimos detalhes, no perguntar “como
foi seu dia”, não uma pergunta mecânica, mas demonstrar interesse no parceiro
ou parceira e ouvir – sim – ouvir o que ele ou ela tem a dizer.
O Amor deve ser paciente, embora a vida esteja correndo
célere e aparentemente não dê tempo a estes colóquios.
O Amor deve ter seus momentos de conversa. Nada mais sem
graça na vida a dois do que passarem uma vida inteira e um e o outro não
conversarem sobre seus sentimentos, sobre suas angústias, sobre suas dores.
O Amor a dois deve ser isso tudo e muito mais, deve ser a
entrega total dos corpos, o acariciar o corpo um do outro, o beijo demorado com
doçura e afeto, o sexo sem pressa, com prazer e não somente quando um quer.
Ambos devem quererem, ambos devem estar prontos para dar receber prazer no gozo
mútuo. Depois do ato, ainda deve restar o carinho, o sentimento e ambos poderem
dormir e sonhar com um novo amanhecer,
sabendo que se completam, que o Amor está presente em todas as horas, nos
pensamentos, no querer ser e estar felizes com a companhia que escolheram para
viver uma vida terrena.
O amor é isso.
Uma vida a dois em princípio e com a família quando o fruto
do Amor, do gozo, aparece para ser encaminhado à mais uma vida para dar
continuidade à espécie, para que a vida seguindo seja boa em todos os aspectos.
O Amor não deve ser
ganancioso no sentido de somente ficar em bens materiais, mas que possua
o suficiente para levar uma vida com conforto, ter o seu canto, seu espaço de
lazer e saber doar a alguém que mais precise.
Enfim, o Amor é dar e receber, é ser e estar, é amar e ser
amado, é compreender e ser compreendido, é viver o dia a dia sempre, não só
pensando em si, mas no Ser que está ao seu lado e que lhe oferecer sua vida
para ser vivida e compartilhada.
Simples assim.
MAURA SOARES, aos 11 de julho de 2013, 07.15h