domingo, 25 de março de 2012

Amigo do coração, Marcos Bayer, em reflexão sobre "o outro".





O outro

            O outro é máximo da possibilidade humana. Um não se completa senão no outro. O quadro pintado será legitimado pelo olhar atento do outro. A música será ampliada pelos ouvidos de muitos outros, assim como o texto será pelos olhos de tantos mais.
            O amor se manifesta somente no outro. Esse tal de amor-próprio que tanto reverenciam, aqui e lá, nada mais é do que cuidado solitário. Uma ficção linguística para esconder a dor. A dor da ausência.
            A inesgotável capacidade humana para criar e dar continuidade à raça se funde na eterna percepção do outro.
            Eu te vejo nos meus olhos e me vejo nos teus.
            Troca santa de sentidos faz do homem oportunidade monumental.
            Tato milenar e industrial.
            Enfermo e dor recebe compaixão e prolonga a vida.
            Eu fundamental em quem me sabe e sente existência atemporal.
            Ondas e curvas físicas ou meta físicas, harmonia conceitual.
            Ondas do mar que quebram com as ondas cerebrais.
            Movimentos internos conduzem todas as energias vitais.
            Talvez por isto cante o poeta: For me there is no one but you...
            O momento da percepção do outro é o máximo da possibilidade humana.
            E não há outra hipótese, senão esta...
            MARCOS BAYER
Postado por Maura em 25 de março de 2012

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