quinta-feira, 29 de março de 2012

A moça que veio do sul: Heralda Victor



     A MOÇA QUE VEIO DO SUL

     A dor da perda a levou a deixar sua terra natal, Araranguá,SC, e vir para a Ilha da Magia, Ilha dos Casos e Ocasos Raros, Ilha de Santa Catarina, Florianópolis ou Floripa como os surfistas a batizaram.
     E,poetisa de mão cheia, chegou ao Grupo de Poetas Livres com seu sorriso contagiante, seu jeito meigo de ser. Tive o prazer de fazer uma das apresentações de seu livro 'Quando as estrelas mudam de lugar', livro tocante, envolvente que foi sendo construído à proporção que a dor foi diminuindo da perda de uma de suas flores: as três filhas.
     Intitulei minha apresentação de "Na casa de Meu Pai há muitas Moradas" e disse, entre outras palavras: "Quando as estrelas mudam de lugar"...é puro sentimento, ao relatar as diversas fases pós-falecimento de uma de suas três flores. Heralda sentiu a dor, aquela dor que ninguém avalia, pois a dor da mãe ao perder um filho, seja em que circunstância for, é lastimável e única. Só quem a sente, sabe e sofre.(...) O tempo apaga a dor, mas não apaga o sentimento.Apaga o choro, mas não apaga a saudade. Apaga a tristeza, mas não devolve mais a alegria,aquela sentida quando todos estavam juntos. Mas a imagem da 'estrela-flor' fica retida na memória e o sentimento de amor, aflora."
    E assim é Heralda, toda sentimento, toda emoção.
    Nas reuniões do Grupo de Poetas Livres, quando se levanta para declamar, há como uma essência divina no ar e ela declama com uma maestria surpreendente.
    Fez parte com Licinho Campos(nosso amado que não mais está por aqui) em dupla com contraponto de suas românticas poesias. A 'dupla' improvisada arrancava aplausos de emoção e puro sentimento.
    Então, queridos que leem este blog que tem o apaixonado Pablo Neruda como patrono, quero marcar o sentimento de gratidão para com Heralda que tão bem soube conduzir o Grupo quando estive afastada por causa de um acidente e na sua gestão em 2009 instituiu Portarias dando ao Grupo de Poetas Livres sua Oração do Poeta, o Hino dos Poetas Livres e, depois deu ideia de se ter uma Medalha do Poeta Maria Vilma Campos e a Bandeira do Grupo. Muitas ideias, muitas realizações.
    Agora por problemas que todos temos, precisa se afastar da vice-presidência, mas continuará nos brindando às quintas-feiras com suas belas declamações,  não posso deixar de tornar público a minha admiração por esta poetisa que veio pelas abençoadas mãos da nossa amada Sueli Rodrigues Bittencourt, a Poetisa da Paz, que idealizou e coordena o Projeto Paz & Poesia, Sementes da Paz, projeto que está pela internet nos quatro cantos ou ao redor do nosso globo terrestre, como queiram.
    Deixo aqui o poema de sua autoria que ela declamou para mim quando fui agraciada com o Troféu Maricota, instituído pela Academia Blumenauense de Letras, numa das Feiras do Livro da Capital.
SIMPLESMENTE MULHER-----a ti Heralda, tu que és a bela e simplesmente Mulher
Mulher...Simplesmente Mulher!
Mulher brasileira!
De todas as raças, de todas as classes,
De todos os credos ou estrangeira.
Mulher operária, mulher empresária,
Analfabeta ou intelectual
És tu a porta sempre aberta,
A voz que acalenta o sonho, o choro e o ideal!

Mulher!...
Senhora da beleza que encanta,
Seja como amiga, mãe, namorada,
Noiva, irmã, companheira ou santa.
Mulher que embala o berço e sustenta
O sonho que a humanidade alimenta!

Ah, Mulher!...
Soubessem os homens do que és capaz!
Que além da vaidade feminina,
Teus projetos de amor proclamam a paz!

Homens! Respeitem as mulheres.
Ama a que tens a teu lado e acarinha.
Afinal de contas, o que mais queres?
Já não está dentro do lar uma rainha?

Filhos, namorados, maridos, noivos ou simplesmente irmão.
Sejam vocês: meninos, jovens, adultos ou um ancião,
Tratem suas mulheres com amor,
Pois até mesmo Deus, nosso Senhor,
Um anjo lá do céu enviou
Para conceber ao ventre feminino
A glória de ser mãe do Salvador!...

Mulher!...
Curvem-se diante de ti todos os homens!
Pois entre os céus e a terra para nossa alegria,
Foi dado a uma mulher a supremacia
De interceder por todos nós junto a Deus Pai
E que atende pelo simples nome de Maria!
[In Heralda Victor, 'Travessia de Ilusões', p.19]  
À Heralda, a minha gratidão, o meu carinho.
Eu, simplesmente Maura, ouso dizer.
Aos 29 de março de 2012, 14.15h. 

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