domingo, 25 de dezembro de 2011

Esta época é propícia parasair poemas deste jeito.


POEMA DA TARDE



Debruço-me na amurada

sem me importar com a chuva

vento frio cadeira molhada

Meus lábios absorvem os pingos

que incessantemente caem.

Sorvo a água gelada

chuva ácida? poluída?

Nada me importa

só a saudade.

Um homem quebra o guarda-chuva

pragueja larga-o no chão

sem se importar  em colocar na lixeira.

Caminha apressado

levantando a gola do paletó.

Mais adiante mulher cheia de compras

com pequena sombrinha

caminha lentamente segurando embrulhos

para que não caiam.

Um carro passa e a molha.

Impropérios saem de sua boca

marcada de batom carmesim.

Atravessa a rua

e desaparece de minha observação.

O telefone toca

é ele a pedir desculpas.

As gotas agora escorrem

dos meus cabelos

embaçando a visão

felicidade?

Choro de saudade

ou os pingos da chuva?

Enfim...

Maura Soares, 25 dezembro 2011, 13.25h-verão

Nenhum comentário:

Postar um comentário