sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Para muitos, esta época é muito boa: mesa farta,presentes caros...outros, amargam as suas desventuras. Não gosto do Natal, pois a veia do povo fica exposta a sangrar e o apelo dos amigos pra ajudar a mitigar os sofrimentos, já que o Poder Público pouco faz e, quando faz,chama a imprensa para mostrar. Assim, com a minha caixa de mensagens atoladas de coisas piegas sobre o Natal, que muitas nem leio, desculpem, saiu este "indignado" poema.


NÃO ME VENHAS COM NATAL



Não me venhas  com Natal

Se durante  o ano não me atendeste

Deixaste-me na fila do Posto

Jogado no leito do hospital

 Sem remédio, sem carinho

Um trapo, afinal



Não me venhas  com Natal

Pois sequer um abraço me deste

Ignoraste meu sofrimento

Passei mal, nem soubeste



Não me venhas com Natal

Dando-me agora presentinhos

O que eu sempre quis foram carinhos

Que esqueceste, mas não faz mal



Não me venhas com Natal

Não tenho mais casa, minha mulher foi embora

Levou filhos, levou tudo, sem demora

Levou minha dignidade, ficou a eterna saudade



Não me venhas com Natal

Abandonado, fiquei a chorar

Com muitas lágrimas a rolar

Onde ficou o meu Natal?



Ficou na mesa opulenta

Com as belas vestimentas

Eu aqui só trapos, tristeza, solidão

Então, não me venhas com Natal, Não!!

Maura Soares, aos 2 de dezembro de 2011, 17.40h, horário deverão




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