sábado, 31 de dezembro de 2011

Nesta onda de comilanças do fim do ano (em todos os sentidos), surgiu este poema sensual e antropofágico.



ANTROPOFAGIA

E assim, chegas

e me dominas

Em ânsias,

desmaio em teus braços

Vivemos a volúpia do amor proibido

Quem se importa?

Queremos vivê-lo intensamente

como loucos,

insanos, 

débeis neste amor

que é a nossa loucura.

Como um lobo faminto

me devoras

comes minhas carnes

com teus dentes,

tua boca ávida a me sugar

e eu, inocente ou louca

me deixo ser devorada

na carne, no âmago do meu ser.

Com meus dentes também te devoro

na intenção de ter teu corpo

sempre comigo e não te deixar ir embora.

Nesta antropofagia, nos devoramos,

nos penetramos para cada qual

absorver o mais profundo

de cada um e viver imbricados

neste amor sem fim.

Maura Soares, aos 21 de dezembro de 2011, 16.55h-  verão

Nenhum comentário:

Postar um comentário