sexta-feira, 15 de julho de 2011

"O livro caído n´alma, é germem que faz a palma,é chuva que faz o mar."


O LIVRO ESQUECIDO

Ali ele jazia,
esquecido num banco de jardim.
Capa primorosa,
conteúdo edificante,
mas sem ninguém para abri-lo
e saborear sua sabedoria.
Uma folha cai sobre ele denunciando
o outono que estava já em meio.
Pingos suaves de uma garoa
começaram a cair e o livro, triste,
sem poder mover-se,
recolheu-se e, em seu íntimo,
em meio a tantas palavras
de seu conteúdo,
pronunciou uma prece.
Instantes, que duraram uma eternidade,
e ele ali, imóvel.
De repente, um automóvel freia.
Um belo jovem desceu apressado
e o apanhou murmurando um agradecimento
por ele ainda estar onde o havia esquecido.
O livro,
essencial para sua tese de mestrado,
foi agasalhado sob o paletó
e acarinhado de volta ao coração
do estudante.
Maura Soares , aos 13 de junho de 2010 - 17.40h

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