sábado, 16 de julho de 2011

Os meus amigos são meus tesouros.Apresento novamente a poetisa portuguesa Carmo Vasconcelos, com seu grito preso na garganta.


FOGO-PRESO
CARMO VASCONCELO​S
 
Tenho um poema atado na garganta,
Como uma espinha aguda atravessada,
Cingido ao fogo-preso que o não canta,
Hirta a língua, pla verve não largada.

E a mágoa que bebi, por não ser pouca,
Pela afronta, de fel envenenada,
Traz ressaca de gelo à minha boca,
Pela amarga revolta não gritada.

Porém, se ao rubro a mágoa se agiganta,
Deitada ao gelo, breve é desmanchada,
E porque lisa… a pena já não espanta.

 E liquefeito o mote, então sustido,
Corre a mágoa na verve deslaçada,
Vai-se a espinha, e o poema é engolido!  
***Lisboa/Portugal-Setº/13/2010
http://carmovasconcelosf.spaces.live.com
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