segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

         LEMBRANÇAS...

            Vivi numa época em que não havia como gravar o que se estava vendo. Por exemplo, você ia a um show do seu cantor ou cantora favorito e, quando muito, batia uma foto, daquelas que demorava para revelar e, nas mais das vezes, você ainda teria que explicar o que você queria revelar, poder se exibir por haver enfrentado filas quilométricas, pego um lugar longe do seu ídolo, tentar tirar uma foto e o amigo perguntar “quem é?”.
            Disse um amigo fotógrafo e nunca esqueci: “Todo fotógrafo tem seus dias negativos, além de muitos negativos a revelar”.
            Quando nos lembramos de algo da juventude, fazemos uma viagem não só no tempo, mas também para dentro de nós mesmos, tirando da memória o fato mais marcante e romantizando-o algumas vezes, mesmo porque vale a nossa narrativa e poucos serão os que contestarão; claro, não havia vídeo, youtube, essas coisas.

            [Romântica como sou, ainda conservo três máquinas daquelas analógicas, mas pela praticidade, carrego a digital. Bem mais fácil. Ah, tempos modernos!!!]

            Hoje em dia com máquinas digitais e celulares idem, pode-se registrar os momentos sem ser preciso revelar os filmes em óticas e ao recebê-las saber se ficaram boas ou não. Muitas vezes nos decepcionamos, quando certa ocasião, num filme de 36 poses, fiquei sem nenhuma! A máquina digital tem a vantagem de você chegar em casa e colocá-la no computador, deixando-a em arquivo próprio.
            Quando se recorda de algo a nostalgia toma conta no momento e o coração se enche de felicidade.
            Dizer que foi a melhor época, não sei, tudo era muito difícil, um primeiro emprego de salário mínimo; um segundo idem, até o concurso para o Estado e, claro, continuar no mínimo, porém com garantia!!!
            Mas nem tudo são espinhos, pois apesar de tudo, pude adquirir a casa própria, graças a Deus, sem precisar recorrer ao programa “Minha casa, minha vida”.
            Os anos 60 em que as amizades eram preservadas -  fato que até hoje existe – os amigos continuam as pessoas de sempre, foram anos de certa forma atribulados (tivemos uma “revolução” no meio, que nos tolheu as manifestações artísticas), mas que sobrevivemos e podemos até ensinar um pouco do que vivenciamos aos nossos filhos  e se o Arquiteto do Universo permitir, aos netos. A nobreza de caráter, a hombridade, a solidariedade, a amizade sincera, o amor. Principalmente este último.
            Quando em roda de amigos, daqueles amigos dos tais chamados “anos dourados”, sempre há algum dentre eles que puxa um assunto.
            Um dos assuntos era o carnaval e de como nos divertíamos, sobretudo quando conseguíamos adquirir o lança-perfume. Primeiramente apresentado em ampolas de vidro, depois de metal, uma lata dava pra se divertir muito, pois um lenço era encharcado e cada qual dava uma longa cheirada. Isto alegrava a noite. O pior é quando um engraçadinho, filho não sei de quem, resolvia jogar o tal spray nos olhos dos outros. Ficava-se cego na hora! Isto era terrível e o xingamento até à quinta geração do infeliz, saía na hora.
            Pois bem, não me recordo de ninguém da minha turma, pelo menos, viciado em lança-perfume e ninguém matando ou roubando para obtê-lo.
            Hoje em dia, tudo mudou; por dá cá aquela palha, a rapaziada, sob o efeito do crack rouba e mata para ter uma pedra, cujo efeito passa em poucas horas e os neurônios se queimando até a derrocada final, quando acabam na sarjeta e vão prestar contas de sua vida terrena em outro plano até reencarnar e se redimir de suas faltas.
            Então, lembrar é bom, coisas boas acontecem com o coração, que fica aquecido, principalmente quando a gente se lembra do primeiro amor, do primeiro beijo, do primeiro filme que assistiram juntos, da primeira música...
            Queridos, isto é papo para outra crônica.
Aos 31 de janeiro de 2011, iniciado as 08.00h e finalizado às 15.25h, com a realização de outras tarefas no intervalo.   

Nenhum comentário:

Postar um comentário