segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

OUVINDO O SILÊNCIO

Manhã. Tempo cerrado. Úmido. Resolvi que mesmo com o tempo ruim, devia sair para a caminhada.
No caminho entre  as praias, ouvi o silêncio.
O silêncio das ruas; o silêncio das casas.
Ouvi o meu silêncio, eu que tantas vezes cantarolo a última canção que ouvi no rádio pela manhã, antes de sair. O som dos meus passos ecoa nas calçadas.
Em direção à praia, passo pelas residências fechadas àquela hora da manhã de sábado; todos recolhidos embaixo das cobertas, tentando mais um cochilo no calor da casa.
Bom Abrigo.
Silêncio. O mar bate tranqüilo na areia. Um chuá chuá quase silencioso. Como eu. Como meu coração.
Ouvir o silêncio, assim dizem meus amigos filósofos.
“Ouve o silêncio da tua alma!!”
Uma que outra pessoa passeia com seu cachorrinho pela orla. Às vezes, um cumprimento.
Passo pelos jardins. Cães latem pra mim, numa forma de mostrar serviço e fazer jus à ração cara, ao banho em pet-shops de luxo.
Observo o mar. Observo as gaivotas, as pedras que em silêncio sentem o mar bater na areia. Hoje elas não recebem do mar a batida que o vento forçosamente traz  às suas costas.
Silêncio.
Hoje com nitidez ouvi  o silêncio da minha alma, que me remeteu ao meu amor que distante está de mim.
Ouvi o silêncio.
Ouvi também o bater do meu coração.
Ouvi no meu silêncio o teu e o meu nome sendo chamados.
Ouvi o carinho da minha alma que te remeto, meu amor, em todos os momentos, com um beijo sentido no meu silêncio.
Maura Soares - Aos 24 de julho de 2010
(elaborado mentalmente enquanto  caminhava, entre 9.00 e 10.30h, repensado e direto no computador  às 13.40h)

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