terça-feira, 25 de janeiro de 2011

POIZÉ....

Certa ocasião, costumávamos chamar o agora idoso fusquinha, de “Poizé”, por causa da expressão: “Então, Zé, compraste um carro?” e o Zé respondia, como que a pedir desculpas já que inúmeros outros carros com modelos modernos estavam saindo no mercado, mas o Zé respondia: “Poizé, comprei um fusca”.
Mas não é para falar do velho besouro surgido nos anos da II Guerra, que estou aqui.
Quero dizer que “poizé”, de repente entrei para o rol dos escritores, de repente vi-me fazendo rimas e metida também no meio dos poetas...
Rimas quase não as faço, a não ser que brotem normalmente por força da inspiração. Correm ao sabor do verso que se apresenta.
Tá. Saiu o verso. Bom ou não, goste ou não, saiu.
Leio, então, só pra ver se as rimas não saíram pobres demais como as que vejo em alguns autores que rolam por aí, que vão rimando cantar com amar, dançar com descansar..., sempre colocando o verbo da 1ª. conjugação no término de cada verso.
Como dói, mas há inúmeras canções assim e o povo canta, e o povo aplaude, e o povo compra os CDs.
Poizé...
De repente vi-me a versejar.
Antes o que era só um arremedo de poema, foi se encorpando, foi ganhando forma e até que muita coisinha boa publiquei nas Antologias do Grupo de Poetas Livres e na sua Revista Ventos do Sul. Igualmente amigos publicaram versos meus em suas revistas alternativas, jornais e em suas colunas.
Poizé...
E agora, quem diria, a dona Maura está a postar seus textos em blog. E a internet, essa coisa imensa, louca, destrambelhada, em que muitos se escondem, mas se revelam nos seus escritos, me venceu e resolvi eu também criar meu próprio espaço.
E agora, que nome usar? O meu de novo? Não, já possuía 3 emails com o meu nome. Cansei. Mas não demorou muito a escolha. Quando estava com a tela aberta na minha frente no site pra fazer o blog, veio a inspiração: La Chascona.
Amigos podem me dizer “onde, raios, esta mulher arrumou este nome?”, sim, porque já vi de tudo na Web, mas o meu título logo foi aceito, prova que fui a primeira a pensar nele e poder registrá-lo.
E assim ficou “La Chascona”, que nada mais é do que o nome que Pablo Neruda deu a uma de suas muitas casas no Chile.
Tive a oportunidade – pela qual serei eternamente grata à minha falecida irmã Neusa Helena – de ter visitado a casa, ou as casas de Pablo Neruda na capital, Santiago, do Chile.
Neruda de uma casa emendava na outra, depois na outra e fazia o seu próprio condomínio. Numa delas, você entra num armário e sai numa sala de jantar. Nas casas o Poeta ia colocando lembranças recolhidas em suas viagens, presentes de amigos e decorando com objetos que lembram as coisas do mar como se fossem lembranças de um navio comandado por ele.
Assim o turista que se interessa em conhecer  o amante de Matilde, se extasia com os objetos de decoração, com as fotos de Neruda ao lado de Jorge Amado, Vinicius de Morais, enfim, viaja no tempo.
Poizé...
La Chascona para homenagear o homem inteligente que foi e que passou para a posteridade, “el viejo capitán”...é que escolhi o título deste blog.
O que significa?
No dia da visita em outubro de 2008, disse-me o guia: ”La Chascona”, a encaracolada, a de cabelos vermelhos. Há uma tela de Diego Rivera representando Matilde Urrutia com seus cabelos vermelhos encaracolados. Vai daí que meus cabelos até segunda ordem eram e ou foram vermelhos, me identifiquei e saiu o titulo do blog.
E assim, é.
Poizé....
Aos 25 de janeiro de 2011, 04.30h, madrugada, como sempre quando vem a inspiração, em horário de verão

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