quinta-feira, 3 de março de 2011

Amigos, cá está o Eugénio de Sá com mais um soneto.







 Sem sonho, a vida é morrer!
Eugénio de Sá
  

Sem sonho a alma levita no limbo da indiferença
Sem sonho, a gente definha, perdidos, sem atinar
Como esta vida levar, levados pela descrença
Já que, sem a fantasia, só andamos a penar... 

E depois cala e desiste, que a desistência de amar
É da vida o desgostar, e a razão não subsiste;
Torna o que amamos tão triste, tão dificil de gostar,
Que em nós a falta de amar é morte que já existe! 

Sem sonhos e sem amor, pouco da vida  nos resta
 E a valia de viver que fique plo padecer
Já que pouco nos importa que se finde a nossa gesta 

Mas se a luz volta a brilhar e que volte a acontecer
Que o sonho venha a assomar a uma pequena fresta,
Volta-nos a côr ao rosto, a côr que lhe queremos ver!

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