sábado, 26 de março de 2011

Propus-me a fazer algo sobre o número 7, num ensaio simples sobre este número, dia do meu nascimento.

            A PROPÓSITO DO NÚMERO 7

            A poetisa portuguesa Carmo Vasconcelos inspirou-me a escrever sobre o número 7, este número cabalístico que, como veremos, está presente na espécie humana desde tempos imemoriais.
            Escreveu Carmo que a mulher tem 7 foles (fôlegos) como os gatos. Como o número 7 está presente em minha vida e tendo consciência de seu poder, proponho-me agora a fazer uma digressão – não diria análise, pois esta caberia a estudiosos e sou apenas uma curiosa – e comentar o quanto este número é significativo e em que momentos ele se apresenta.
            Há muitos anos ao despertar que havia nascido sob a influência deste número mágico – digamos assim -, comecei a ver os momentos na minha vida em que ele esteve presente.
            Normalmente, a cada ano, no mês de setembro (não sei porque, mas pode ser pelo 7 no nome), acontecem coisas inusitadas em minha vida, pelo menos em duas ocasiões, mudei de emprego começando nova etapa no dia primeiro de setembro.
            Editei, em 2004, artesanalmente, um livreto intitulado “7 Dias de Julho”, pois foi num dia 7 do mês de julho que me instalei no local que sempre sonhei para mim: uma casa, ou melhor, um apartamento que fosse meu.
            Sob a influência da lua cheia, no dia 7 de julho de 2001, dormimos, eu e meu filho, a primeira noite na nova casa.
            Reparem: 7 dias, do mês 7 e num ano em que o 21, múltiplo de 7, aparece!
            O livreto apenas serviu para marcar a data.
            Dividi o sumário em “primeiro”, “segundo” e até ao “sétimo” dia e encerrei com “Epílogo”, nestes termos: “E Deus criou os Céus e a Terra / Criou o Homem à Sua semelhança / A mulher para companheira / Os animais para seu agrado / A dor como forma de redenção / Um caminho para chegar até Ele / em forma de oração”.
            Nasci no dia 7 de janeiro (7 letras) do ano 1943 (4+3=7). Então, nada mais apropriado do que comentar sobre ele, este número interessante.
            Pesquisando a obra de João Cosme Kessler Coelho e Souza, que tem 28 letras (4x7) e se assina Dr.Kessler (7 letras), fundamento esta digressão.
            Dr. Kessler em sua obra editada em 1977 (olha o sete!) intitulada “O 7 em nossa vida”, Editora Eco, demonstra que o número 7 está presente em todas as religiões, na Bíblia, no Judaismo, entre os muçulmanos, no Egito, na Grécia, no Budismo, na Teosofia, na Numerologia, na Maçonaria, na Umbanda e na Quimbanda, no corpo humano (glândulas e chacras), entre os Gurus e na Yoga, na história e na Antiguidade, nos elementos da natureza, na geografia, no folclore, nas profecias, nas trovas populares (poesia), nos períodos simples da vida humana, na literatura, enfim, ufa, até tive que ter sete fôlegos para citar alguns, não todos os itens do sumário da obra em tela.
            Assim como Rudolf Steiner que divide o período de conhecimento do homem de 7 em 7 anos, também dr.Kessler o faz em sua obra.
            Os nascidos sob a influência deste número são imaginativos, conseguem superar as agruras diárias elevando o pensamento, usando sua capacidade criadora para fugir das vicissitudes da vida.
            Os poetas conseguem ter o imaginário acentuado. Não é à toa que muitos em seus poemas e trovas ao observar um rosto bonito, logo ficam elucubrando, imaginando aquele Ser como se fosse perfeito.
            E com o passar dos anos, lá se foram os 17, os 27, os 37 (êta épocas boas), depois, ai, ai, ai, os 47, os 57, os... paro por aqui, mas sem me preocupar em dizer a idade, pois já disse o ano em que nasci e é só fazer o cálculo.
            Pois bem, as etapas da vida do ser humano estudadas por Rudolf Steiner e também por outros pedagogos dão conta que: do 0(zero) a 7 anos, é a época em que são firmadas as bases da nossa educação, o caminhar e o falar, o controle do corpo, e a nos ensinar o  relacionamento com o ambiente físico e material.
            Os pais devem ter consciência desta tão importante etapa, pois ela é a base do caráter; moldar este Ser que veio para o nosso seio e orientá-lo para as coisas boas da vida, educá-lo a ser bom para com seu semelhante; criá-lo como um Ser compreensivo; mostrar-lhe que na vida não vai vencer sempre, que tem que lidar com dificuldades...
            Há pais que deixam a criança sem medida nenhuma, crianças que desde pequenas acham que tudo podem, sapateiam, berram e os pais se deixam levar.
            Esta é uma etapa que merecia mais estudo, pois vejo coisas em todos os lugares e com pessoas até de minhas relações. Tento alertá-las, mas talvez me achem ultrapassada. Nada digo se não querem seguir meus conselhos, pois mais tarde refletirão no que eu disse. Deixo a vida rolar, pois cada qual é senhor de sua própria história. Educar crianças sem medida, fazendo-lhes “todas” as vontades, por certo, mais tarde, arrepender-se-ão. Como dizia nossa mãe: “Torcerá a orelha e não sairá sangue”, ou seja, “não vai adiantar nada se arrepender depois”.
            Para que o texto não se torne enfadonho vou direcioná-lo para a poesia. Poderia também mencionar detalhes sobre crônica, conto, romance, mas ficarei com a poesia e como os poetas revelam o número 7 em suas criações. São inúmeras e este espaço abrigará ínfimos fragmentos tanto de autores portugueses quanto brasileiros e também do folclore da Ilha de Santa Catarina.
            Na trova a seguir, há variações. Cito o que a obra diz, numa cantiga de roda em cidades do interior do Brasil:

“Dois vezes sete são quatorze,
Três vezes sete, vinte e um!
Tenho sete namorados,
Só faço conta de um!”
(ou, como conheci: “tenho sete namorados, só posso casar com um”)

            As trovas ao longo do tempo são modificadas, não me perguntem o porquê. Só sei que nas brincadeiras de roda, quando menina, muitas citadas em obras de literatura, e sobre cada região brasileira, são cantadas de forma variada, quem sabe pela sua tradição oral, fato que só pode ser enfatizado por pesquisadores. Sou leiga no assunto.
            Trindade Coelho, em Portugal, coligiu uma centena de trovas e cantares que aludem ao número sete.
“Mariana diz que tem
Sete saias de balão;
Que lhas deu um caixeirinho
Da gaveta do patrão.”

“Eu casei-me c´uma velha
Que até usava touca;
Era caneja das pernas,
Com sete palmos de boca.”

“Escrevi-te sete cartas
Com letra miúda e grave.
Para que os nossos intentos
Se aviem com brevidade.”

“Abana, casaca, abana.
Abana, não tenhas dó;
Sete casacas eu tenho
Em casa de minha avó.”

            O folclore da Ilha de Santa Catarina dá conta que em casa de família com 7 filhas, a primogênita tem que batizar a caçula, senão esta vira bruxa. Igualmente, em casa com 7 filhos, o caçula vira lobisomem. Vá entender!!
            Nas benzeduras, a de erisipela (“Pedro Paulo foi a Roma...”, não tem?) que minha mãe rezava e aprendi, no primeiro dia repete-se 3 vezes; no segundo dia repete-se 5 vezes; no terceiro dia repete-se 7 vezes e no quarto dia repete-se 9 vezes. Pronto. Se não melhorar, repetem-se os dias e o número de rezas. Se minha mãe estava certa e ou se aprendeu de alguém assim, não sei. Esclareçam-me.
            Observem: 4 dias benzendo. O número 4 é o número da determinação. Mas isto já é outra história, assim como meu filho ter nascido dia 27, que soma nove. Ui,ui,ui, se começar, não paro mais.
            Encerro por aqui fazendo trovas de pé quebrado e mais quadradas impossível, que fiz em 13 de março de 2011:

Sete vezes me enganaste.
Como um gato no meu colo pulaste.
Sete unhas em minha pele cravaste.
Meu leite todo bebeste
e sequer te lambuzaste.
(ms./)(esta ficou horrível!rsrsrs)

Setenta vezes sete te perdoei
como Cristo ensinou.
Muitas mentiras contaste;
o pranto em meu rosto rolou.(ms./)

O amor vence barreiras
Sete colinas pisei
Encontrei um novo amor
E por ele me apaixonei.(ms./ui,ui,ui)

            Pois é, há muita coisa sobre o número sete. Quem tiver quadrinhas ou poemas, me envie hoje ou daqui a 7 dias. E, pelo amor de Deus, não riam das minhas!

            Maura Soares, só hoje(26.3.11) digitado.
            Escrito em 13 de março de 2011.



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